A família disse também que está incerta se o corpo de Gott será cremado ou sepultado no Brasil. A falta e a comprovação de documentos de identificação do australiano têm dificultado esse processo.
Um porta-voz do Departamento de Relações Exteriores e Comércio disse à SBS em português que o "DFAT está fornecendo assistência consular para a família de um australiano que morreu no Brasil. Devido às nossas obrigações de privacidade, não forneceremos mais comentários".
A assistência consular australiana pode incluir apoio e orientação às famílias e ligação com as autoridades locais e australianas para ajudar nos preparativos do funeral ou na repatriação de restos mortais. As embaixadas australianas não têm autoridade para intervir em questões judiciais locais, conduzir investigações locais ou pagar custos de funeral ou repatriamento.
Uma fonte do 12º Departamento de Polícia em Copacabana, Rio de Janeiro, disse à SBS em português que com a morte de Gott a investigação sobre seus movimentos no Brasil não mudou, mas há um risco de que a investigação seja arquivada pelo Ministério Público.
A Coordenadora de Imprensa da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro confirmou a morte de Gott por falência múltipla de órgãos na quinta-feira, conforme relatado pela SBS em português no domingo 3 de junho.
Uma vida secreta no Brasil
Fugitivo há 22 anos, Gott teve sua identidade revelada quando foi atropelado, junto a outras 17 pessoas, por um motorista que diz ter sofrido um ataque epilético.
Um bebê de 8 meses morreu no acidente e quatro pessoas ficaram feridas, entre elas o australiano.
Christopher John Gott teve três filhos de criação no Brasil. No Rio de Janeiro, Gott usava o nome de Daniel Marcos Philips.
A polícia brasileira até chegou a pensar que ele era um turista da Austrália, mas ao contatar as autoridades australianas, descobriu que não existia nenhum passaporte emitido com aquele nome. No Brasil ele adotou
Foi através das impressões digitais que se chegou à sua verdadeira identidade: Chrystopher John Gott, de 63 anos, pedófilo condenado e foragido da justiça há 22 anos por não ter obedecido às condições da sua liberdade condicional, após ter cumprido a sua pena de prisão de dois anos em Darwin, capital do Território do Norte. Informações apuradas pela SBS Portuguese junto a familiares de Gott no Brasil