O acordo foi anunciado em uma reunião com associações de empregadores e sindicatos alemães e tem como objetivo combater a escassez de profissionais qualificados que o país enfrenta.
Angela Merkel disse em uma conferência de imprensa que seu governo vai oferecer mais treinamento aos alemães mas também atrair profissionais de outros países de fora da União Europeia.
Segundo Merkel, o país precisa facilitar a obtenção de vistos para trabalhadores qualificados entrarem rapidamente no mercado de trabalho e preencherem as vagas de empregos disponíveis, além de garantir que o país seja visto como um local atraente para morar.
"Temos uma escassez de mão de obra e, portanto, temos interesse em obter bons trabalhadores qualificados e, para isso, você precisa de processos de recrutamento eficientes e que deixem claro que a Alemanha está interessada em pessoas que nos procuram e que realizam um trabalho que ninguém mais faz," disse a chanceler Angela Merkel.

Angela Merkel: “Não somos apenas nós que estamos buscando os profissionais do mundo, há uma grande concorrência nesta área" Source: AAP
“Não somos apenas nós que estamos buscando os profissionais do mundo, há uma grande concorrência nesta área. Temos também que oferecer condições de trabalho atraentes e um ambiente social atraente," disse.
A legislação, que entrará em vigor no dia 1º de março de 2020, tornará mais fácil para cidadãos de fora da União Europeia obterem vistos para trabalhar e procurar emprego na Alemanha.
Os acordos atualmente aplicados a universitários graduados estão sendo expandidos para imigrantes com qualificações profissionais e conhecimento de alemão.
Cuidadores de idosos e enfermeiros, médicos, engenheiros e profissionais de TI são as profissões em demanda na Alemanha e os setores que mais ‘se queixam’ da escassez de mão de obra.
Ingo Kramer, chefe da Associação de Empregadores Alemães, observou que cerca de 430 mil imigrantes que vieram como requerentes de asilo desde 2015 estão agora empregados, de modo que “não seria irracional esperar que pelo menos 100 mil posições por ano possam ser preenchidas por profissionais estrangeiros qualificados de fora da UE.”

Source: https://www.make-it-in-germany.com/en/
"A partir de março, o programa será ativado e, em seguida, algumas etapas serão importantes. É preciso que o processo seja rápido, que não haja procedimentos burocrátios e longos", afirmou.
Ele acrescentou que, se a Alemanha deseja que esses trabalhadores permaneçam, "é importante que eles se sintam em casa aqui".
“Se as pessoas ficarem aqui, às vezes de países distantes, é importante que elas se sintam em casa, que estejam integradas ao sistema social não apenas da empresa, mas também da comunidade em que vive".
O governo alemão pretende também investir no uso do seu portal de informações "Make it in German” para trabalhadores qualificados, que inclui uma linha direta e uma seção exclusiva para anúncios de empregos.
O plano também pede que as empresas ofereçam mais empregos direcionados a trabalhadores estrangeiros.
Em 2018, governo alemão concedeu a 27 mil pessoas o chamado "blue card", visto para profissionais altamente qualificados de fora da União Europeia, o que representa uma alta de 25,4% em relação ao ano anterior.
Segundo o Bamf, quase um terço dos beneficiários do blue card na Alemanha em 2018 veio da Índia, 25,9% vieram da China, e 8,5%, da Rússia.







