Entre imagens de artefatos roubados guardados em museus europeus e cenas do avanço do desmatamento, Não Haverá Mais História Sem Nós revela como as marcas do colonialismo continuam a influenciar o presente.
Mais do que um relato histórico, o filme se apresenta como um manifesto político e cultural a favor da descolonização da narrativa amazônica.
O documentário questiona séculos de representações coloniais que transformaram a floresta em um território explorado e o seu povo em objeto de estudo.
Descrito como um “ato de resistência e de reconquista”, o filme procura reafirmar o papel central das vozes amazônidas na preservação da memória e na luta por justiça ambiental.

Nesta entrevista, Priscilla relata a frustração de tentar acessar acervos que guardam parte da história do povo amazônida.
Ela denuncia que pesquisadores latino-americanos enfrentam barreiras que não se aplicam a colegas do chamado “norte global” — uma desigualdade que reforça hierarquias coloniais ainda vigentes.
A diretora também questiona a visão da Amazônia como “colônia informal do mundo”, um olhar que precisa ser desconstruído.
Para ela, o cinema ambiental é mais do que arte — é uma ferramenta de resistência, sonho e transformação.
Não Haverá Mais História Sem Nós é, nas palavras de Priscilla, “um manifesto pela escuta e pela memória”.
"O filme propõe repensar nossa relação com a Terra e com as culturas indígenas, lembrando que sem descolonização, não há futuro sustentável," diz.
Priscilla Brasil representa uma geração de artistas que fazem do cinema uma forma de lutar por justiça social e ambiental.
Seu trabalho ecoa o chamado por um mundo mais justo, consciente e solidário — onde as vozes amazônicas não apenas resistem, mas conduzem a narrativa.
Para ouvir, clique no botão 'play' desta página.
Ouça os nossos podcasts. Escute o programa ao vivo da SBS em Português às quartas-feiras e domingos ao meio-dia. Assine a 'SBS Portuguese' no Spotify, Apple Podcasts, iHeart Podcasts, PocketCasts ou na sua plataforma de áudio favorita.