Guiné-Bissau: 50 anos da proclamação da independência que abalou o regime colonial português

Guinea-Bissau War of Independence

Canhão automático antiaéreo Bofors de 40 mm de fabricação russa, com um soldado sentado enquanto dois ficam de lado segurando a faixa de alimentação durante a Guerra de Independência da Guiné-Bissau na Guiné Portuguesa na África Ocidental, 14 de junho de 1972. Credit: Reg Lancaster/Getty Images

Há exatamente meio século, 24 de setembro de 73, sete meses antes do revolucionário e libertador 25 de Abril em Portugal, aconteceu a proclamação unilateral do estado soberano da Guiné Bissau.


Esta é uma memória aqui avivada por Pedro Pires, Comandante, estratego e um dos líderes do PAIGC, o partido que juntava Guiné e Cabo Verde no combate pela independência.

Foi uma proclamação unilateral, em 24 de setembro de 73, depois de meses em que o povo do território que o PAIGC considerava libertado elegeu delegados a essa assembleia.

Esta proclamação é conhecida como a de Madina do Boé, mas o lugar, de facto foi outro.

Como atesta um líder protagonista, Pedro Pires (que viria ser, por 10 anos, presidente da República de Cabo Verde).

Avançou imediatamente o reconhecimento internacional do estado soberano da Guiné-Bissau, embora a capital e outras cidades continuassem sob administração militar portuguesa.

Naquele tempo, 1973, Spinola, o mais lendário dos comandantes militares portugueses,
já tinha percebido que a guerra estava perdida.

O PAIGC que tinha começado a guerra de libertação 10 anos antes (63) como guerrilha.

Então, em 73, já era um exército com armamento pesado, controlava os céus com misseis anti-aéreos e usava os meios de sempre as minas e as emboscadas.

A memória da primeira emboscada. Logo na primeira saída ao mato na Guiné – é um inferno.

As minas colocadas por todo o terreno, prontas para explodir, eram realidade devastadora.

Tudo traduzido em palavras ásperas na resposta à pergunta “O que é uma emboscada” feita a um militar que esteve na guerra pela investigadora Margarida Calafate Ribeiro.

O trauma dos militares que fizeram a guerra

O então brigadeiro Spínola desembarcou na Guiné em 68. O comandante militar chegou (com a gente dele) convencido de que poderia ganhar aquela guerra. Mas a realidade militar apontou para um fracasso da operação Mar Verde, o assassinato de Amílcar Cabral, arecusa de Caetano à via diplomática.

Tudo acumulado levou Spínola à renuncia. Naquele ano de 1973, antes ainda da proclamação unilateral em Lugadjol, da independência da Guiné Bissau.

Para ouvir áudios históricos e o evento relembrado em detalhes pelo jornalista Francisco Sena Santos, clique no botão ‘play’ que abre essa reportagem.

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