Marta e Messi: os maiores jogadores da história
A IFFHS (Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol) elegeu os maiores jogadores da história do futebol masculino e feminino. A brasileira Marta foi escolhida como a melhor jogadora de todos os tempos. Ela é a única representante do Brasil no Top-10 feminino, dominado por atletas dos Estados Unidos.
O ranking foi baseado em estatísticas individuais e coletivas. Marta já foi eleita seis vezes a melhor jogadora do mundo pela FIFA e tem currículo impressionante com a seleção: três Copas América, duas medalhas de ouro nos Jogos Pan-Americanos, três pratas olímpicas e um vice-campeonato na Copa do Mundo de 2007.
Aos 39 anos, atuando pelo Orlando Pride, dos Estados Unidos, ela retornou à seleção para disputar dois amistosos contra o Japão, nos dias 30 de maio e 2 de junho, em São Paulo.
Ranking feminino – IFFHS
- Marta (Brasil)
- Mia Hamm (EUA)
- Christine Sinclair (Canadá)
- Kristine Lilly (EUA)
- Michelle Akers (EUA)
- Sun Wen (China)
- Homare Sawa (Japão)
- Heidi Mohr (Alemanha)
- Birgit Prinz (Alemanha)
- Aitana Bonmatí (Espanha)
No futebol masculino, Lionel Messi ficou em primeiro lugar, à frente de Pelé, que ficou em segundo. Messi é o jogador mais vitorioso da história do futebol, com 46 títulos no total: 35 pelo Barcelona, 3 pelo PSG, 2 pelo Inter Miami e 6 pela seleção argentina, incluindo a Copa do Mundo de 2022. Ele também venceu oito vezes a Bola de Ouro.
Pelé, o único jogador tricampeão do mundo (1958, 1962 e 1970) e considerado uma lenda eterna do futebol, tem 37 títulos oficiais com Santos e Seleção Brasileira. Em tese, Pelé nunca recebeu uma Bola de Ouro, já que o prêmio era limitado a jogadores europeus em sua época. Em 2015, porém, a revista France Football fez uma revisão concedendo-lhe sete Bolas de Ouro por retroação em anos em que ele foi considerado o melhor do mundo.
Em terceiro lugar ficou Diego Maradona, campeão mundial em 1986 e vice em 1990, além de seus feitos com Napoli e outros clubes.
Ranking masculino – IFFHS
- Messi
- Pelé
- Maradona
- Cristiano Ronaldo
- Cruyff
- Ronaldo
- Zidane
- Beckenbauer
- Di Stefano
- Ronaldinho Gaúcho

O jornalista esportivo Edu Vieira é brasileiro, mora em Adelaide, e já produziu séries de podcasts para a SBS em português. Source: Supplied
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) vive mais uma mudança turbulenta em sua cúpula. O então presidente Ednaldo Rodrigues foi afastado na última semana por decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que considerou nulo o acordo que o havia reconduzido ao cargo em 2023. A decisão judicial alegou, entre outros motivos, incapacidade mental e possível falsificação de assinatura de um dos signatários do acordo, o Coronel Nunes.
Com o afastamento, o TJ-RJ nomeou Fernando Sarney, um dos vice-presidentes da entidade, como interventor temporário. Sarney rompeu politicamente com Ednaldo e não participou da chapa de reeleição dele. Coube a ele convocar novas eleições, marcadas para domingo, 25 de maio.
Diante da decisão, Ednaldo — que estava em Assunção participando de um congresso da FIFA — decidiu não recorrer novamente ao STF e anunciou sua saída definitiva, desejando sorte ao sucessor.
Nos últimos mandatos de presidentes da CBF, apenas Coronel Nunes (2017-19 e 2021, interino) não foi afastado da presidência. Ricardo Teixeira, José Maria Marin, Marco Polo del Nero, Rogério Caboclo e, agora, Ednaldo Rodrigues foram afastados.
Chapa única e novo presidente
Apenas uma chapa foi registrada para as eleições: a de Samir Xaud, recém-eleito presidente da Federação Roraimense de Futebol, mas que já representava o pai (Zeca Xaud, ex-presidente da federação por 50 anos) nas reuniões da CBF há anos.
Samir tem 41 anos, é de perfil discreto e não possui inimizades políticas, o que foi decisivo para sua escolha como nome de consenso entre dirigentes. Embora não tenha projeção nacional, ele recebeu apoio formal de 25 federações estaduais e 10 clubes, número suficiente para validar a eleição — mesmo com baixa adesão entre os clubes das Séries A e B.
O grupo que o escolheu diz ter buscado alguém que represente uma "mudança de ares", especialmente após a gestão de Ednaldo, que foi acusada de se fechar demais e trair o grupo político que o colocou no poder em 2021. A queda de Ednaldo uniu diferentes frentes: federações, nomes influentes no Judiciário, políticos e empresários de Brasília.
Clubes pressionam por mudanças na CBF
Mesmo com pouca influência direta na eleição, os clubes se organizaram e, por meio da Liga Forte Futebol (LFU), divulgaram uma lista de exigências para a nova gestão da CBF. As demandas refletem o desejo por uma estrutura mais democrática, transparente e profissional, e incluem mudanças profundas no estatuto e governança da entidade.
Pedidos feitos pelos clubes:
- Mudança no processo eleitoral, com alteração do peso dos votos.
- Participação obrigatória dos clubes em todas as Assembleias Gerais da CBF.
- Criação de uma Liga e reconhecimento de que as propriedades comerciais das Séries A e B pertencem aos clubes.
- Reforma da Comissão Nacional de Clubes, com mais poder executivo.
- Profissionalização da arbitragem, com dedicação exclusiva e treinamento contínuo.
- Calendário 2026-2030 a ser aprovado em conjunto com Libra e LFU.
- Apoio financeiro às Séries B, C, D e ao futebol feminino.
- Implantação de regras de Fair Play Financeiro.
Samir Xaud deverá ser eleito no próximo domingo (25), com apoio restrito entre os clubes, mas sustentado por boa parte das federações. No dia seguinte à eleição, está prevista a chegada de Carlo Ancelotti, que assumirá oficialmente como novo técnico da seleção brasileira.
Esse novo capítulo da CBF pode representar o início de uma reestruturação política no futebol brasileiro — ou a manutenção de velhos vícios com novos rostos.
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