Em 17 de agosto, Elon Musk havia encerrado as atividades do escritório da empresa no Brasil, com demissão de todos os funcionários, o que deixou o X sem representante legal no país.
Antes disso o governo já havia pedido para um maior controle na propagacão de ódio e informações falsas pela plataforma.
O proprietário da X, Elon Musk, chamou a medida de um ataque à liberdade de expressão - mas o Ministro Alexandre de Moraes disse que a plataforma estava sendo usada de maneira inaceitável.

Tensão entre Alexandre de Moraes e Elon Musk escala sem indicativos de recuo Source: SIPA USA / Vuk Valcic / SOPA Images/Vuk Valcic / SOPA Images/Sipa USA
O presidente brasileiro apoiou a decisão da Suprema Corte.
A briga teve grande repercussão internacional.
A atual vice-presidente dos EUA e candidata democrata Kamala Harris disse que as redes sociais não devem ser um lugar onde você pode fazer o que quiser.
Para alguns jovens no Brasil, a reação à ordem foi mista. A estudante Maira diz que viu evidências de propaganda e desinformação sendo compartilhadas no X.
O estagiário de advocacia Fernando, de 20 anos, disse que poderiam buscar outras maneiras de lidar com esses problemas.
O Brasil é um dos maiores mercados para o X, com dezenas de milhões de usuários - embora a plataforma não seja tão popular quanto o Facebook, Instagram, YouTube ou TikTok.
A suspensão deve permanecer em vigor até que o X cumpra todas as ordens judiciais - sobre a suspensão de contas e a nomeação de um representante legal, que a lei brasileira exige que todas as empresas de mídia social tenham.
Após o desligamento, alguns usuários já migraram para outros sites, como Threads ou Bluesky.
O mesmo aconteceu entre Musk x Anthony Albanese
O Brasil não é o único a ter problemas com o X.
Em maio desse ano, o primeiro ministro australiano Anthony Albanese chamou Musk de arrogante. Após o dono da rede social se recusar a retirar imagens gráficas de um ataque à faca a uma igreja em Sydney.
O Comissário para Segurança Eletrônica havia buscado uma liminar temporária ordenando que X bloqueasse 65 sites contendo vídeos do Bispo Mar Mari Emmanuel sendo atacado a facadas.
O incidente foi declarado como um ataque terrorista e vários adolescentes foram levados ao tribunal acusados de crimes relacionados, incluindo o suposto agressor.
Na época Elon Musk, que também teve uma guerra de palavras com o governo australiano, removeu o video dos seguidores na Austrália, mas quem estava fora do país poderia ver o vídeo livremente, o que representou um fracasso para o governo australiano que buscava coibir a disseminação de ódio e desinformação.
Na Índia e na Turquia, por exemplo, autoridades determinaram a derrubada de perfis e conteúdo considerado falso ou inapropriado e, apesar de uma resistência inicial, o X acabou cumprindo as determinações.
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