O povo de Cabo Verde está a viver um sonho, esta semana está em grande festa
Que muito provavelmente vai ficar realidade em 13 de outubro, quando a seleção cabo-verdiana de futebol receber no estádio nacional na Cidade da Praia, a modesta seleção de Eswatini, o antigo Reino africano da Suazilândia
A seleção de Cabo Verde, conhecida como “tubarões azuis”, depende apenas dela para pela primeira vez. passar à fase final do Mundial de futebol.
Depois de terem ganho à poderosa seleção de Camarões, os cabo-verdianos dependem apenas deles próprios: garantem o apuramento se fizerem mais 3 pontos, têm 2 jogos para o conseguir.
Em 8 de outubro, em Tripoli, diante da Libia, no dia 13 na Cidade da Praiaem desafio com a seleção de Eswatini.
Cabo Verde encabeça a classificação deste grupo A africano, está com 19 pontos que correspondem a 6 vitórias, um empate e uma derrota.
Camarões está a 4 pontos, soma 15, por 4 vitórias, 3 empates e a derrota desta semana em Cabo Verde.
A Líbia vai com uma boa campanha, mas 14 pontos, está em 3º lugar. Mas Eswatini é quase uma garantia para a qualificação cabo-verdiana: apenas 2 pontos, por 2 empates e 6 derrotas.
O jogo desta semana na Cidade da Praia, ilha de Santiago, definia a cabeça deste grupo africano.
A dimensão do encontro era tão transcendente que levou mesmo o Governo cabo-verdiano a conceder tolerância de ponto aos funcionários públicos da ilha de Santiago, de forma a acompanharem o jogo que impôs a quinta vitória consecutiva dos ‘tubarões azuis’ e a primeira derrota dos ‘leões indomáveis’ na corrida ao Mundial 2026.
Em redor do Estádio Nacional, na Praia, a cidade vestiu-se de azul: carros enfeitados com bandeiras, lojas a vender camisolas e cachecóis, colunas a ecoar músicas dedicadas aos tubarões azuis.
Logo aos 6', um remate rasteiro de Dailon Livramento poderia ter desatado o nó, mas o (ainda) guarda-redes do Manchester United André Onana, mostrou-se seguro e impediu o golo.
Aos 54 minutos, numa arrancada desenfreada, o mesmo Dailon Livramento tornou-se herói de Cabo Verde: deixou a defesa camaronesa para trás e, no cara a cara com Onana, não perdoou, para o delírio de todos os presentes no Estádio Nacional, a festa nunca mais parou, entrou noite e madrugada dentro, em Cabo Verde como junto das comunidades cabo-verdianas pelo mundo.
Cabo Verde não é um cabo, nem é verde. É um arquipélago de 10 ilhas castanhas que fazem lembrar um pedaço do Saara encalhado no meio do oceano, na costa do Senegal. Como dizia a cantora Cesária, Cabo Verde é o sorriso de África. Um país acolhedor, com gente boa e seguro para quem procura uma primeira imersão na realidade dura, mas sedutora, que é África.
É um país pobre. Há mais cabo-verdianos no estrangeiro (500.000) do que aqui (400.000).
Todos intensamente b-verdiano. Tenho visto mesmo nestes dias em Lisboa, muitos vestidos com a bandeira de Cabo Verde.
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