Com um eurodeputado eleito a mais que a Aliança Democrática, o Partido Socialista português é o vencedor das eleições legislativas europeias em Portugal neste domingo.
Com 99,28% dos votos apurados até o momento, sete deputados socialistas foram eleitos para para o Parlamento em Estrasburgo, contra sete da Aliança Democrática, totalizando 32.1% dos votos para a centro-esquerda e 31,12% para a centro-direita.
O Chega, da extrema-direita, e a Iniciativa Liberal, de Direita, elegeram europarlamentares pela primeira vez, com dois representantes cada. O Chega de André Ventura teve 9,79% dos votos, contra 9,07% da IL.
Completam as vagas portugueses o Bloco de Esquerda e a CDU, com um assento cada. O Livre e outras representações políticas não tiveram cadeiras.
O resultado em favor dos socialistas sobre os sociais-democratas inverte a preferência do público português das últimas eleições legislativas nacionais em 10 de março, quando a AD venceu por margem apertada o PS, oportunidade em que Luís Montenegro se tornou o primeiro-ministro.
Na disputa pelo parlamento europeu deste domingo, a taxa de abstenção foi de 63,6%, segundo dados da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, segundo a RTP. Foram votar apenas 30,75% dos mais de 10,7 milhões de eleitores inscritos em Portugal.
Nesta manhã na Austrália, noite em Portugal, a cabeça de lista do Partido Socialista, Marta Temido, se pronunciou pela primeira vez após os resultados. Ela agradeceu ao público português por confiar na ideia de Europa de seu partido.
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O PS conseguiu hoje mais votos do que nas últimas eleições europeias, e eu agradeço-vos por terem respondido ao meu apelo de transformarem a gratidão e a esperança que recebemos nas ruas em votos nas urnas e em mandatos no Parlamento EuropeuMarta Temido, cabeça-de lista do PS nas eleições legislativas europeias.
O cabeça-de-lista da Aliança Democrática, Sebastião Bugalho, cumprimentou Marta Temido, mas ressalta o crescimento de seu bloco em relação ao pleito anterior.
Quero cumprimentar Marta Temido por ter encabeçado a lista de votos. Mas nós da AD tivemos um aumento de mais de 20% em relação às últimas europeias. Não é um dia de derrota para a ADSebsatião Bugalho, cabeça-de-lista da AD para as legislativas europeias.
O primeiro-ministro português Luís Montenegro afirma que sua aliança não cumpriu o objetivo de vencer as eleições.
O objetivo da AD sempre que entra numa eleição é para ter pelo menos mais um voto que qualquer outra fora partidária. E quero assumir como líder desta coligação que nós não cumprimos esse objetivoLuís Montenegro, primeiro-ministro de Portugal.

O primeiro-ministro Luís Montenegro e o cabeça-de-lista da AD para as legislativas europeias, Sebastião Bugalho. Credit: TIAGO PETINGA/EPA
A centro-direita conservadora venceu na Alemanha e na Espanha, países onde é oposição na política nacional. A extrema-direita ficou em segundo lugar na Alemanha, causando enorme pressão ao chanceler Olaf Scholz, de centro-esquerda.
A extrema-direita venceu na França, e o presidente Emmanuel Macron, que governo um país semipresidencialista, chamou eleições nacionais legislativas para o fim do mês, assumindo a derrota.
A extrema-direita segue a vencer na Itália, que já tem a primeira-ministra Giorgia Meloni, e também na Áustria. A já esperada vitória da direita extrema na Hungria também foi confirmada, apesar do aumento de votos do Tisza, de centro-direita. O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, é um dos mais fortes políticos de extrema-direita da Europa.
A esquerda teve uma surpreendente vitória na Dinamarca, com os Verdes tomando a maioria dos assentos do país eu europarlamento.
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