O Presidente da República portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, foi operado, em urgência, mas com sucesso na noite de segunda-feira a uma hérnia de Spiegel encarcerada. A intervenção, no Hospital de São João, no Porto, durou cerca de uma hora e meia, decorreu sem complicações e foi classificada como sendo de baixo risco clínico e anestésico. O Presidente de Portugal, a quatro meses de concluir dois mandatos de 5 anos cada, deve passar 15 dias em repouso.
Marcelo, à beira dos77 anos de idade, deu entrada ao final da tarde de segunda-feira, depois de se ter sentido indisposto quando regressava de Amarante, onde tinha estado presente nas cerimónias fúnebres do empresário António Mota. Sentiu vómitos e dor abdominal, inicialmente associados a uma possível “paragem de digestão”.
Esta é a quarta cirurgia a que Marcelo é submetido e a segunda relacionada com hérnias: em 2021 foi operado a duas hérnias inguinais no Hospital das Forças Armadas, em Lisboa, e em 2017 foi sujeito a uma intervenção de urgência a uma hérnia umbilical, no Hospital Curry Cabral, em Lisboa.
Para além destas operações, em 2019 foi submetido a um cateterismo cardíaco programado no Hospital de Santa Cruz, em Carnaxide, e mais recentemente, no verão de 2023, foi hospitalizado após desmaiar durante uma visita a um laboratório da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.
Este novo problema de saúde com o ainda presidente coincide com o intensificar da campanha para a sucessão, com eleição que tem primeira volta em 18 de janeiro..
A tendência segue constante: pela primeira vez em 50 anos de eleição presidencial em Portugal, não há um candidato que se destaque como favorito.
Os candidatos são oito, três da esquerda mais à esquerda, sem hipótese de eleição, Na direita mais à direita, André Ventura pode tornar.se um dos dois finalistas, mas nunca será eleito porque a taxa de rejeição é altissima, acima dos 70%.
O social-democrata Luis Marques Mendes, o centrista Henrique Gouveia e Melo (almirante na reserva, sempartido político) e, mais remotamente o socialista António José Seguro, são os candidatos que aparecem presidenciáveis. Acrescente-se, ainda mais remotamente, o liberal João Cotrim de Figueiredo.
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