Garrafas PET transformadas em vassouras, resíduos separados e enviados para reciclagem, móveis feitos de plástico reaproveitado, roupas produzidas com tecidos reciclados e tijolos criados a partir de entulho de construção.
Tudo isso faz parte do que chamamos de economia circular — uma abordagem que propõe um novo olhar sobre produção e consumo.
A ideia é simples, mas poderosa: repensar a forma como produzimos, consumimos e descartamos.

Garrafas PET transformadas em vassouras geram renda em Viçosa, no Vale do Paraíba alagoano. Foto: Severino Carvalho
Em vez do modelo tradicional de “usar e jogar fora”, a economia circular propõe um ciclo contínuo, no qual nada se perde — tudo se transforma.
Os materiais permanecem em uso, reduzindo o impacto ambiental e gerando mais valor para as pessoas e para o planeta.
Essa visão já inspira iniciativas tanto no Brasil quanto na Austrália. E é justamente essa troca de experiências que o Simpósio Ecossistemas de Inovação Circular pretende fortalecer.
Nos dias 5 e 6 de novembro, especialistas, pesquisadores e líderes comunitários vão se reunir na USP para debater soluções sustentáveis e apresentar casos reais de inovação circular.
Segundo o Dr Gustavo Guzman, o objetivo é mostrar como a cooperação entre os dois países pode gerar impacto concreto. “Queremos destacar exemplos práticos que inspirem novas parcerias e ajudem pequenas e médias empresas a adotar modelos mais sustentáveis”, disse em entrevista à SBS em Português.
"O público-alvo do simpósio são representantes de uma rede de economia circular. Aqui podemos incluir, por exemplo, não somente empresas de tecnologia, mas também organizações comunitárias que lidam com a coleta de resíduos, membros de governos locais, que podem ser prefeituras ou municipalidades, e também ONGs e pessoal acadêmico de universidades que apoiam estas iniciativas." diz Gustavo.

Vassouras feitas com material reciclado de garrafas pet Credit: AP
"Exemplos de economia circular simples de observar na Austrália é o sistema para reciclar caixas ou objetos de papelão. Em toda a Austrália existem lixo amarelo, vermelho, roxo e verde. Na lixeira amarela as pessoas põem papelão, caixas de papelão ou latinhas de cerveja, na roxa, envases de vidro, na verde o 'lixo verde' gravetos, folhas, por exemplo," diz.
Há também programas como o 'Containers for Change' estações de coleta que recompensam em dinheiro quem devolve garrafas e latas para reciclagem.
"Em relação ao Brasil, existem muitos casos, mas caso bastante importante é o caso da fábrica de vassouras feitas de material PET, de garrafas de plástico. Neste caso, as garrafas PET são coletadas junto com os resíduos da comunidade, como nós sabemos, daí são separadas e transportadas para uma fábrica, onde, através de processos de produção muito simples, separação, limpeza, corte de assamblagem, são transformadas em vassouras. Eu sei que isso acontece, por exemplo, no município de Itaúna.

A Austrália desenvolveu uma tecnologia para processar microplásticos existentes nos mares e rios Source: iStockphoto
Segundo ele, professores da Universidade de São Paulo têm realizado pesquisas para desenvolver indicadores de circularidade na indústria textil, plásticos e eletrônicos. Esta pesquisa é complementar a uma tecnologia australiana para processar microplásticos existentes nos mares e rios, e esta tecnologia será apresentada no simpósio.
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