Fábio Borges é natural do estado de Minas Gerais, no Brasil, mas vive há 9 anos em Sydney, na Austrália. Formou-se em Comunicação e Marketing no país que o viu nascer, e foi nesta área que trabalhou durante a maior parte da sua vida adulta.
Tudo viria a mudar após emigrar para este lado do mundo. Depois da pandemia, Fábio viu surgir uma nova oportunidade de carreira, que decidiu agarrar, e assim, aos 40 anos, tornou-se um artista visual e terapeuta holístico.
Fábio Borges despertou para a arte através da colagem digital e analógica. A transição de marketeer para artista foi também marcada pela sua jornada de cura. Fábio explica que toda esta transformação despertou-o para um caminho mais alternativo, do qual fazem parte práticas como meditação, hipnose e respiração ativa, entre muitas outras.
Fábio Borges
Existe uma coisa muito grande dentro de mim: eu preciso ser livre. A minha alma precisa ser livre e o sistema corporativo queria-me amarrar.Fábio Borges
A sua abordagem combina arte, mindfulness e práticas espirituais e leva quem com ela se cruza, a embarcar numa jornada de cura emocional e autoconheccimento através da arte.
No episódio de hoje, Fábio Borges fala-nos sobre o lançamento do seu primeiro livro.
Este é o nome do livro: Art 2 Heal: 13 Practices for Self-Discovery Through Meditation & Creative Arts, e será publicado, para já, em inglês. Segundo Fábio, trata-se de um guia prático para despertar para o autoconhecimento e a cura emocional através da criatividade e meditação.
O livro conta com 13 capítulos, e cada um corresponde a uma pratica. Ego, criança interior, karma, conflito, trauma, propósito. Estes são apenas alguns dos capítulos do livro de Fábio Borges. O lançamento tem lugar já no próximo dia 28 de junho no The Hordern Pavilion, em Sydney, no âmbito da convenção Awakin - The Afterlife Convention.
Neste evento, Fábio será o único especialista brasileiro entre 55 palestrantes internacionais.
Capa do primeiro livro de Fábio Borges, que será lançado no próximo dia 28 de junho, no The Hordern Pavilion, em Sydney.
Não é um livro que substitui a terapia, eu não tenho essa pretensão, mas é para te ajudar a ficar curioso a respeito.Fábio Borges
Apresentamos, em seguida, mais excertos desta conversa. Para a ouvir na íntegra, clique no botão 'play' desta página, ou consulte o perfil da SBS Portuguese, na sua plataforma de podcasts favorita.
“Na minha vida - no livro eu falo -, tenho questões de abuso, tenho alguns traumas, e a única forma que consegui lidar com isso foi quando eu entendi que eu tinha que ressignificar isso. Honrar, ressignificar e transformar isso em beleza. Essa é a ideia do livro.”
“Já fiz tanta coisa, e é bem provável que eu faça mais coisas até ao último dia que eu ficar nessa terra. Eu acho que é parte de viver: experimentar.”
“Sabe aquela base da Pirâmide de Maslow? A Austrália me tirou da base da sobrevivência. No Brasil eu estava só na sobrevivência. Então não tem como você pensar: será que eu gosto disso? Será que eu quero praticar uma prática contemplativa?”
“Sou extremamente grato pela vinda, falo muito de sombra. Tem muita coisa que aconteceu nesse processo (...) mas eu acho que a gente tem que confiar na big picture. Tem que confiar, é como é. Segue o coração, muda, recomeça e faz de novo, que vai dar tudo certo”.
"Conflicts monster" - colagem por Fábio Borges
A forma que eu achei para me entender, sem aquela pressão “eu tenho que mudar, eu tenho que ser melhor”, foi transformar isso em algo bonito, ressignificar.Fábio Borges
“Este livro é como se fosse uma jornada, como se fosse um jogo. Eu sou dos anos 80, então queria que fosse como se fosse um jogo da vida. Você começa identificando o seu ego, depois você visita a sua criança interior, o seu sistema familiar, conflitos, traumas, as suas diferenças, relação com morte, com fé, com propósito e, por fim, termina com um auto-retrato”.
“Eu uso essa analogia o tempo inteiro no livro. Primeiro eu falo que eu sou uma colagem. Nós somos colagens. (...) O que você chama de eu, na verdade, é uma composição de ideias que são adquiridas. Tem a sua personalidade, mas há muita coisa que é herdada, da família, do sistema...”.
“O meu ego, por exemplo, no livro eu coloquei. O meu ego tem a cabeça de uma avestruz e oito mãos. Fazendo tudo ao mesmo tempo. Essa é a jornada. São diferentes factos de você mesmo: sua criança interior, o seu protetor, e aí você vai-se descobrindo no meio do caminho. A intenção é que você desperte a sua curiosidade para se auto-conhecer.”
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