O Brasil, sexto maior mercado automotivo do mundo, está vendo um aumento nas vendas de veículos elétricos, e as marcas chinesas estão liderando essa tendência.
Essa mudança ocorre em um contexto de tensão comercial global, especialmente entre os Estados Unidos e a China, que também afetam o mercado de veículos elétricos.
Nos últimos anos, os Estados Unidos impuseram altas tarifas sobre veículos elétricos chineses, enquanto as negociações comerciais instáveis entre o Brasil e os Estados Unidos também influenciaram o ambiente de negócios do país.
Nesse contexto, o Brasil aprofundou seus laços comerciais com a China, criando oportunidades para as montadoras chinesas expandirem suas operações na maior economia da América Latina.
A região tornou-se cada vez mais atraente para os fabricantes chineses, uma tendência que pode ser ainda mais reforçada pelas elevadas tarifas americanas, de acordo com o analista automotivo Joel Leite.
“A China vê uma grande oportunidade na América do Sul, onde não enfrenta os problemas tributários existentes nos Estados Unidos”, disse Leite.
O tradicional Salão do Automóvel em São Paulo realizado esse mês exibiu a ascensão dos veículos elétricos chineses.
Enquanto grandes marcas tradicionais como Volkswagen, Chevrolet e Ford não participaram do evento, as montadoras chinesas dominaram o pavilhão.
Nove montadoras chinesas participaram, em comparação com apenas duas em 2018.
Renato Soares, um dos muitos visitantes do Salão, disse a agência Associated Press que o setor expandiu por causa das marcas chinesas.
“Os chineses realmente tomaram conta do evento. Para onde quer que você vá, há uma nova marca chinesa, e é espetacular”, disse Soares.
A GWM, uma importante fabricante chinesa de veículos elétricos em expansão no Brasil, está intensificando seus planos de investimento no país, ressaltou Diego Fernandes, Diretor da GWM Brasil, à Associated Press no Salão do Automóvel de São Paulo.
“O Brasil é um polo para a GWM em toda a América Latina. O objetivo do nosso investimento na fábrica (no Brasil) é, obviamente, atender ao mercado brasileiro, mas também exportar para toda a região. A GWM Global vê o Brasil como o centro dos negócios na América Latina,” afirmou Fernandes à agência de notícias AP.
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