87 membros da organização criminosa brasileira Primeiro Comando da Capital (PCC) encontram-se em território português. Um terço está detido, mas receia-se a capacidade de recrutamento do grupo que se sabe estar à solta e que usa Portugal para fazer chegar cocaína a toda a Europa.
É o Ministério Público de São Paulo quem acaba de revelar que Portugal é o país da Europa com maior número de membros do PCC, considerado o mais perigosos grupo criminoso brasileiro.
Foi revelado que são os 87 membros do PCC estão instalados em Portugal, 29 dos quais “estão infiltrados nas prisões, local predileto de recrutamento desta autêntica multinacional do crime”. Um das figuras de destaque da organização é André de Oliveira Macedo, um dos líderes e conhecido como André do Rap, e que esteve um ano escondido em Portugal.
“Portugal é, aliás, o país da Europa com mais criminosos do PCC e, em termos mundiais, só fica atrás do Paraguai, Venezuela, Bolívia e Uruguai”, pode ler-se ainda na nota do Ministério Público brasileiro, em São Paulo.
Fontes judiciais brasileiras confirmaram ao “Jornal de Notícias” que “a monitorização permanente de responsáveis pelo departamento ‘Sintonia Geral dos Países’ - que tem a seu cargo a expansão do PCP pelo Mundo - permitiu ter acesso aos números relacionados com a internacionalização desta fação criminosa”.
E, segundo estes dados, “no final do ano passado, havia 2078 elementos do PCC espalhados por 28 países”, sendo as maiores comunidades criminosas do Paraguai e Venezuela, seguindo-se Bolívia e Uruguai. “Já na Europa, o país com mais ‘batizados’ do PCC é, a larga distância dos demais, Portugal”.
Uma operação conjunta da Polícia Federal brasileira e da Judiciária portuguesa levou à detenção em Portugal de um brasileiro de 38 anos que tinha como missão a logística da entrada de cocaína na Europa. Gabriel de Souza é considerado pelas polícias um "membro importante" do PCC e vivia legalmente em Portugal.
O PCC a atuar em Portugal recorria a mergulhadores para esconder e retirar a droga nas embarcações.
Funcionando como uma multinacional, o Primeiro Comando da Capital (PCC) tem células adormecidas, uma influência crescente sobre a economia legal e lutas de poder nem sempre bem sucedidas.
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