Segundo o chefe de Estado italiano, está em curso uma operação destinada a afastar as democracias dos seus próprios valores e a dividir a União Europeia, o que poderá conduzir a um “retrocesso generalizado da civilização” se os perigos não forem reconhecidos atempadamente.
Mattarella apontou dois eixos centrais de ameaça: o ataque ao multilateralismo, aos valores e direitos europeus, e a guerra na Ucrânia. Condenou a tentativa russa de redefinir pela força fronteiras e equilíbrios na Europa e alertou para campanhas de desinformação que exploram fragilidades da opinião pública nas democracias.
Coincidindo com estas declarações e à véspera de uma cimeira europeia decisiva, foi divulgado um manifesto assinado por ex-líderes europeus e intelectuais, defendendo que a autonomia estratégica da União deixou de ser uma opção para se tornar uma necessidade. O documento propõe uma Europa mais integrada, capaz de assegurar a sua defesa comum, proteger os seus interesses e afirmar-se como potência geopolítica, com bem-estar social, investimento em investigação e transição ambiental.
O manifesto defende ainda a superação da regra da unanimidade e aponta para um federalismo pragmático, ecoando apelos recentes de Mario Draghi. Num contexto em que chefes militares europeus alertam para o risco mais grave de guerra no continente em oito décadas, o diagnóstico é claro: a União Europeia enfrenta uma encruzilhada histórica.
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