Apresentação de brasileira é escolhida a melhor 'Tese de Três Minutos' da Universidade de Queensland

Doutoranda da Faculdade de Línguas e Culturas da UQ, Franciele Spinelli se torna a primeira acadêmica de Humanas a ser premiada com o 3MT da uni onde a competição, já uma tradição acadêmica internacional, foi inventada. A gaúcha de Farroupilha foi reconhecida por apresentar, em 180 segundos e de maneira cativante, sua tese sobre como a Inteligência Artificial está moldando o aprendizado acadêmico. Conversamos com ela sobre a honraria, e também sobre como a IA está facilitando (e atrapalhando) a vida de estudantes e professores no ensino superior.

Franciele Spinelli durante a apresentação do 3MT na UoQ: a doutoranda gaúcha explicou como a inteligência artificial pode auxiliar os estudantes internacionais que falam o inglês como segunda língua.

Uma vez por ano, muitos doutorandos de centenas de universidades do mundo se preparam para uma competição que já tem se tornado tradição acadêmica.

Trata-se da Tese de Três de Minutos (Three Minute Thesis, ou 3MT), onde os candidatos ao PhD têm 180 segundos para descrever da maneira criativa e cativante a própria tese que passam anos a desenvolver.

Franciele Spinelli e o prêmio de 5 mil dólares: primeira doutoranda de uma escola de Humanas a vencer a Tese de Três Minutos da Universidade de Queensland, onde a cada vez mais tradicional competição foi criada.

A estrutura qualificatória lembra a de uma copa do mundo de futebol. As competições começam internamente, dentro dos departamentos universitários, e vão crescendo até que a própria universidade escolha a melhor apresentação. O vencedor das universidades australianas que participam vão competir internacionalmente com os vencedores da região Ásia-Pacífico.

Essa ideia criativa de fazerem os estudantes mostrarem o que estudam teve início em 2008 na Universidade de Queensland. Pois a vencedora da Tese de Três Minutos de 2025 nesta universidade é a brasileira Franciele Spinelli, da Escola de Línguas e Cultura. Mais que isso, ela é a primeira aluna de humanas da universidade a ganhar o prêmio.

Participei do concurso porque, mesmo dando aula de inglês, tendo sotaque e nem sempre falando totalmente certo, queria provar pra mim mesma que consigo falar na frente de um público tão grande e explicar minhas ideias em inglês.

Franciele Spinelli.

A apresentação premiada de Franciele mostrou como ela estuda a relação dos alunos da própria Universidade de Queensland com as ferramentas de inteligência artificial. Como o IA ajuda e como atrapalha os estudantes? A conclusão do doutorado de Franciele, ainda em produção, terá o potencial de ajudar na definição de políticas públicas e acadêmicas para o bom uso da ferramenta que inundou nossas vidas.

Conversamos com Franciele, gaúcha nascida em Farroupilha e formada em Letras. Ela conta chegou à Universidade de Queensland e explica o processo do prêmio e o inedistismo de sua conquista.

90% dos alunos (da pesquisa) usam IA. Quase todos disseram não ter o inglês bom o suficiente, por isso recorrem a estas plataformas para suprir a falta de confiança. Só que, às vezes, usam tanto que os impedem de melhorar o inglês.

Franciele Spinelli.

Também conversa conosco sobre como estudantes e professores estão lidando com a inundação das ferramentos de inteligência artificial em nossas vidas.

Spoiler: os estudandes, segunda ela, estão mais avançados que os professores.

Para ver a apresentação de Franciele Spinelli, clique aqui.

Para ouvir, clique no botão 'play' desta página.

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