Israel estará presente no Festival da Eurovisão do próximo ano, mas a Holanda, a Irlanda, a Eslovénia e a Espanha, não. E a lista de países que boicotam o evento pode aumentar. O Estado judaico poderá participar no Festival Eurovisão da Canção 2026, a competição internacional de canto que se realizará em Viena de 12 a 16 de maio.
O anúncio foi feito pela União Europeia de Radiotelevisão (UER) no final de uma reunião em Genebra, na qual os membros do grupo de emissoras públicas de 56 países que organiza o evento aprovaram a participação israelita, apesar dos pedidos feitos nos últimos meses por vários países, para que Israel não pudesse participar devido às ações militares realizadas pelo seu exército na Faixa de Gaza e para que se interrompesse a exploração política do evento a seu favor.
A Kan, a emissora pública israelita, já anunciou, entretanto, após esta deliberação, que Israel vai mesmo estar no concurso do próximo ano. O presidente israelita, Isaac Herzog, disse estar "satisfeito" com este resultado. "Israel merece ser representado em todos os palcos do mundo", celebrou o presidente Isaac Herzog. E acrescentou : "É um gesto bem-vindo de solidariedade, fraternidade e cooperação, que simboliza a vitória sobre aqueles que procuram silenciar-nos e espalhar o ódio."
Portugal, por sua vez, vai manter-se na competição que também conta, tradicionalmente, com a participação da Austrália e transmissão do Festival pela SBS.. Num comunicado, a RTP congratula-se com a "alteração das regras" promovida pela UER no "sentido de reforçar a confiança e a transparência e garantir a neutralidade do evento". "Com base nesta decisão da [UER], detentora do Festival Eurovisão da Canção, a RTP vai participar na edição do Festival Eurovisão da Canção 2026, em Viena de Áustria", pode ler-se.
As consequências da guerra de Israel em Gaza — que, de acordo com os dados mais recentes divulgados pelo Ministério da Saúde do Hamas, resultaram em mais de 70.000 mortes — continuam a ser argumento para, alguns dos países que promoveram o pedido de exclusão do Estado judaico do Festival Eurovisão da Canção 2026 confirmaram que não participarão no concurso após a votação em Genebra.
O anúncio foi feito pela RTVE, a estação pública espanhola, e principal promotora da campanha anti-Israel, explicando em comunicado que "a decisão de Genebra aumenta a nossa desconfiança na organização do festival e confirma a pressão política em torno dele", acrescentando que a estação nem sequer transmitirá a final nos seus canais.
A mesma decisão foi também anunciada pela emissora holandesa Avrotros, que declarou que a sua "participação não é compatível com os seus valores públicos fundamentais".
A emissora irlandesa RTE afirmou que Dublin não participará e que a competição não será transmitida "em vista da terrível perda de vidas em Gaza e da crise humanitária em curso que continua a pôr em risco a vida de tantos civis".
A Eslovénia também confirmou o seu boicote: "Fazemos isto em nome das 20.000 crianças que morreram em Gaza", disse um representante da rede RTV eslovena.
Bélgica, Finlândia, Islândia e Suécia estão, por sua vez, a considerar a possibilidade de se retirarem da competição. "Aguardamos a confirmação formal da sua decisão", declarou a UER após as decisões dos quatro países.
A lista final de participantes será anunciado até ao Natal.
O slogan habitual do Eurovision Sog Contest á é 'Unidos pela Música', mas o concurso deste ano está infelizmente desunido pela política." Israel não seria o primeiro país a ser excluído por razões políticas: em 2022, a Rússia foi expulsa após a invasão da Ucrânia e, em 2021, a Bielorrússia foi também expulsa após a reeleição do presidente Alexander Lukashenko.
A guerra em Gaza, no entanto, tem sido o maior desafio para a organização do concurso internacional de música, com manifestantes pró-Palestina a protestarem contra Israel tendo sido banidos das duas últimas edições do Festival Eurovisão da Canção, em Basileia, na Suíça, em maio, e em Malmö, na Suécia, em 2024.
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