Maioria no parlamento português reprova protesto de partido ultranacionalista durante discurso de Lula

Brazilian President, Luiz Inacio Lula da Silva's Official State Visit in Lisbon, Portugal - 25 Apr 2023

Lula ao lado de Augusto Santos Silva, presidente do parlamento português, e Marcelo Rebelo de Sousa, presidente de Portugal, nessa terça-feira, 25 de abril, data da Revolução dos Cravos, ocorrida em 1974. Credit: SOPA Images/Sipa USA

Lula no parlamento português gera linha de demarcação em Portugal e deixa isolada a provocadora extrema-direita.


O discurso do presidente Lula no parlamento português, na sessão solene de homenagem ao Brasil e ao seu presidente, num dia que também é um dos dias grandes de Portugal, o dia da Liberdade, celebração do fim da ditadura em 25 de Abril de 1974, o discurso de Lula tem o mérito de ter definido uma claríssima linha de demarcação entre os partidos do chamado arco democrático e a extrema-direita.

No início do discurso do Presidente do Brasil, o partido Chega, ultranacionalista e identificado com a extrema-direita, fez o que está a ser definido como um número de propaganda: levantou cartazes de deafio onde se lia: "chega de corrupção" e "lugar de ladrão é na prisão".

Num tom muito zangado, o presidente do parlamento português, Santos Silva exigiu aos deputados do Chega que se comportassem "com educação".

Acrescentou: "Chega de insultos, chega de degradarem as instituições e de porem vergonha no nome de Portugal".

E então ficou clara a linha de demarcação: enquanto os 12 deputados do Chega (num parlamento com 230 deputados) continuavam a levantar os cartazes hostis a Lula, todos os outros deputados, PS, PSD, Iniciativa Liberal, Bloco de Esquerda PCP, Livre e PAN, todos, demoradamente, aplaudiram a intervenção do presidente do parlamento português, num gesto de pedido de desculpas a Lula pela falta de educação e de sentido de Estado dos 12 deputados do Chega.

O presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, haveria de juntar-se, indiretamente, nas críticas ao Chega, ao defender os migrantes e até a lastimar os erros de Portugal no passado colonial.

Os cinco dias de visita de Lula a Portugal concluem-se com um grande abraço de ainda mais proximidade, simbolizada num momento de máxima unidade: a entrega a Chico Buarque do prémio Camões de 2019.

Os dois presidentes celebraram Chico, ouviu-se 'Tanto Mar' e na rua também foi cantado o 'Grândola, Vila Morena', o 'Bella Ciao' de Portugal, a canção que foi senha e ficou símbolo da revolução democrática em 25 de Abril de 1974 – o meio centenário começou agora a ser celebrado.

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