Em muitas famílias, sobretudo no norte de Portugal, juntam-se mais de 30 pessoas.
Muitos viajam de fora: são portugueses que foram trabalhar para França, para a Suiça, para a Alemanha, para o Luxemburgo, para o Reino Unido.
Há milhares dee pessoas que viajam também de fora da Europa para este reencontro familiar.
Um tema necessário nas conversas é o do regresso ao país.
As coisas em Portugal estão melhor, há mais emprego, mais apoios, melhores condições de vida.
"Voltem para cá", pedem quase sempre os mais velhos aos mais novos.
Mas os portugueses são pouco dados a mudar do lugar onde estão.
É uma afirmação sustentada por um estudo do Research Migration Center da Gallup, que mediu tendências ao longo de oito anos, entre 2010 e 2018, e apurou que enorme maioria (86%) dos portugueses que estão fora de Portugal tenciona continuar onde está, portanto sem regressar ao país.
Também não há vontade de mudar para outro país - apenas 6% tem essa ideia na cabeça.
Os que desejam o retorno à pátria são apenas 8%.
E esta tendência é confirmada pela baixa adesão ao plano lançado há dois anos pelo governo português para estimular o regresso de migrantes.
Em todo o ano passado, regressaram cerca de 60 mil, a maioria, recém licenciados que deixaram Portugal nos anos de crise 2011/2015, mas que agora se dispõem a regressar atraídos por trabalhos inovadores.
Portugal confronta-se com a crise de alto envelhecimento e baixa natalidade, daí o encorajamento oficial, por um lado, ao retorno de nacionais, por outro, abertura de portas a estrangeiros.
Voltando ao estudo da Gallup, um contraste entre portugueses e australianos: enquanto apenas uma fração mínima (8%) dos emigrantes portugueses tenciona voltar à pátria – mais de um quinto dos australianos (22%) na emigração, no estudo da Gallup, tenciona retornar ao seu país.
Talvez seja assim que mais de um milhão de portugueses continue fora do país.
Saiba mais:

18.970 portugueses residentes na Austrália