Apesar dos esforços do governo do presidente americano Joe Biden para conter o fluxo de migrantes da América Central e do Sul para os Estados Unidos, as caravanas de famílias que fogem da violência, desastres naturais e dificuldades econômicas aumentaram em números recordes.
A Agência Reuters conversou com um grupo de migrantes hondurenhos no estado de Veracruz, no sul do México.
Viajando em pequenos grupos e na esperança de evitar a guarda nacional mexicana, os imigrantes seguem os trilhos do trem por 100 quilômetros de Tancochapa a Coatzacoalcos.
José caminha há 18 dias, desde que deixou sua cidade natal, Santa Rosa Copan, Honduras. Ele disse que está fugindo da pobreza e da violência.
Ele disse que pretende ficar no México, e não tem interesse em ir aos Estados Unidos, pois ali precisaria de muito dinheiro para pagar aos 'coiotes', que auxiliam os imigrantes a irem a alguma cidade americana e que muitas vezes exploram os imigrantes.
Ao contrário de José, esse outro hondurenho, Marvin, disse que o plano de curto prazo é chegar ao norte do México, perto da fronteira e o plano de longo prazo é cruzar a fronteira.
Annie, também de Honduras, disse que as mulheres enfrentam riscos adicionais ao longo da difícil jornada.
Oscar Mederano, migrante de San Pedro Sula, em Honduras, diz que o destino é os Estados Unidos.
Estou exausto e meus pés não aguentam mais caminhar
O intenso fluxo de migrantes tentando entrar nos Estados Unidos está testando a promessa de Joe Biden de acabar com as políticas de imigração linha-dura do ex-presidente Donald Trump e seu compromisso com uma política de imigração mais humana. Até agora Joe Biden tem mantido a maioria das medidas controversas de Donald Trump, incluindo separação das famílias.
A separação das famílias, por exempo, agora se dá do lado do México e não mais nos Estados Unidos. Pois Joe Biden disse que crianças desacompanhadas serão atendidas, o que faz com que os pais, em desespero, enviem apenas crianças para atravessarem a fronteira sozinhas. Uma vez em solo americano elas são recolhidas por oficias da fronteira e colocadas em locais parecidos com centros de detenção.
Migrantes hondurenhos caminham até a passagem da fronteira com os Estados Unidos (janeiro 2021).