Há quatro pessoas de Portugal entre os 400 detidos pelas forças especiais de Israel quando viajavam a bordo dos 44 barcos da flotilha internacional de apoio a Gaza.
Duas delas têm especial notoriedade. Uma é a economista e deputada Mariana Mortágua, líder do partido Bloco de Esquerda, e a outra é Sofía Aparício, atriz com grande cartaz em Portugal.
Todas as 400 pessoas nesta flotilha internacional foram intercetadas pela abordagem militar israelita quando navegavam em águas internacionais em direção a Gaza.
A abordagem aconteceu a 70 milhas da costa, portanto ainda longe das 12 milhas consideradas como domínio marítimo de um país.
Ora, a abordagem da flotilha e detenção de todos os 400 participantes, depois levados para prisões em Israel, ao acontecer em águas internacionais, configura violação das leis internacionais – e isso está a gerar ampla vaga de protestos, sobretudo em cidades europeias.
A abordagem aconteceu na noite de quarta-feira. Na noite de quinta, milhares de pessoas juntaram-se em protesto diante da embaixada de Israel em Lisboa, protegida por forte dispositivo policial.
Está a ser denunciado nas manifestações que se sucedem, o continuado desrespeito da leis internacionais pelo governo de Israel, também neste caso que Netanyahu quis tratar os 44 barcos da flotilha internacional como uma anedota – apesar de com grande efeito de propaganda sobre os contínuos abusos de todo o tipo que são prática do atual governo de Israel.
A frota com esses 44 barcos e 400 ativistas a bordo armados com sacos de açúcar, farinha, biscoitos e arroz branco quer mostrar o absurdo do embargo israelita a Gaza. Goi assaltada às 8 da noite por uma armada de semi-rígidos da marinha israelita apoiada por drones, armas-estrela deste tempo.
Sabemos que a abordagem,que viola as convenções do tempo em que a lei era para respeitar, deu-se em águas internacionais a 70 milha da Faixa de Gaza.
Também sabemos que os 400 ativistas, depois de terem sido obrigados a render-se deitados no chão dos navios em que seguiam, foram levados sob detenção para o porto israelita de Ashdod, onde esperam o processo de deportação.
Enquanto isso, ocorrem as negociações entre Catar, Egito, Turquia e gente das varias facções do Hamas a tentar fixar um calendário de retirada militar israelita, que tornaria possível o acordo em forma de ultimatum para rendição com o prêmio da paz.
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