Uma das grandes questões nestas eleições municipais portuguesas do domingo é a de saber se, cinco meses depois das eleições legislativas antecipadas, o Chega, partido anti-sistema posicionado na direita extrema com severo discurso contra os migrantes, vai confirmar no poder local o poder parlamentar que conquistou nas eleições de maio passado.
As pesquisas mostram que o Chega vai conquistar várias câmaras municipais, mas dificilmente repetirá o segundo lugar, porque as candidaturas locais não têm o carisma do líder nacional Andre Ventura.
O grande duelo vai ser entre o PSD, centro-direita que lidera, e a oposição do PS.
O PS tem, desde há quatro anos, a maioria das 308 camaras municipais do país. Preside 30 mais que o PSD.
A ambição do PSD é a de retirar essa maioria do PS. É provável que a diferença seja reduzida, mas as pesquisas sugerem que o PS, agora liderado pelo moderado José Luis Carneiro está a resistir e pod continuar como primeiro partido nos municípios.
Há duas escolhas que estão a liderar as expectativas, nas maiores cidades.
Em Lisboa, o incumbente Carlos Moedas, do PSD, está a ser desafiado pela socialista Alexandra Leitão, apoiada por uma frente de esquerda. As sondagens colocam este duelo em empate técnico.
No Porto, o independente Rui Moreira chega ao fim dos três mandatos permitidos e o socialista Manuel Pizarro aparece em vantagem sobre Pedro Duarte, do PSD.
O partido Chega tem as maiores ambições no sul do país, onde há maior presença de migrantes, sobretudo no Alentejo, onde a vasta região agricola tem muita mão de obra asiática. Há no Alentejo muito eleitorado que nas últimas eleições passou diretamente do Partido Comunista para o Chega.
Também no Algarve, principal destino turístico de Portugal, há muito voto jovem destinado ao Chega. É uma região marcada pelo ressentimento contra as elites de Lisboa que, acusam os algarvios, gerem os lucros gerados pelo Algarve e pouco investem nas pessoas da região.
Uma particularidade nas eleições municipais: são aquelas em que os estrangeiros com residência oficial em Portugal também votam. A maior comunidade é a brasileira, representa 28,7% do eleitorado em Portugal.
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