A Moldávia é um pequeno país que tem um terço do tamanho de Portugal. Está encastrado no leste da Europa entre a Ucrânia e a Romênia, com 3 milhões de pessoas cujo voto no domingo decidirá o futuro da república, que se tornou estado independente com o estilhaçar e fim em 91 da União Soviética.
Também decide para que lado vai a vitória, se para a Europa ou para a Rússia de Putin, num desafio geopolítico com alto valor estratégico no atual confronto cada vez mais intenso entre a Europa que se arma e a escalada do expansionismo do mandatário russo.
O objetivo de Moscovo é o deconquistar a República da Moldávia sem recorrer a meios militares e passar a ter um estado aliado tal como é a Bielorussia, e encostado à Ucrânia – daí a relevância estratégica do resultado das eleições legislativas no domingo no país.
Este voto de domingo é a terceira e decisiva votação no espaço de um ano na Moldávia.
Há um ano, houve presidenciais e referendo sobre o pedido moldavo de adesão à União Europeia. Os eleitores moldavos deram então dupla vitória aos pró-europeus.
No duplo teste de resistência às manobras russas de reconquista, a muito pro-europeia Maria Sandu foi eleita presidente. E os moldavos disseram sim à blindagem na Constituição da ambição de adesão à Uniao Europeia - objetivo muito apoiado por Bruxelas.
Falta a 3ª e decisiva etapa eleitoral, a deste domingo. A eleição do parlamento de que vai sair o governo, a quem cabe o poder de escolher ou Europa ou Rússia. Nos dias anteriores, a tensão é imensa e a presidência moldava está a denunciar que a Rússia investiu "centenas de milhões de euros" para influenciar os resultados das eleições
Arcescenta-se está em curso uma intensa campanha de desinformação do Kremlin que está a aproveitar o vazio deixado pelos meios de informação independentes sem recursos para resistir num país pobre como a Moldávia.
Há informação relatada por repórteres no país de que figuras locais pró-russas estão a financiar lideres de comunidades para que o voto vá para os partidos pro-russos.
Os dois campos opostos estão muito ombro a ombro, mas há sinais de que o voto dos muitos migrantes moldavos na Europa pode decidir as eleições para o lado europeu, apesar da campanha propagada russa pelas redes sociais.
A ameaça é que a Moldávia seja para os russos uma nova Ucrânia. Ou seja, um próximo alvo.
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