A Virgin Australia Group alcançou um marco importante em sua modernização de frota com a chegada do primeiro jato Embraer E190-E2 em Perth, após uma jornada de 25 mil quilômetros,
O pequeno avisão deixou a fábrica em São José dos Campos (SP) e seguiu um longo voo que incluiu paradas no Texas, Califórnia, Havaí, Ilhas Fiji e Camberra antes de pousar em sua nova base no oeste australiano.
Segundo registros operacionais, o percurso totalizou mais de 35 horas de voo efetivo, com destaque para o trecho entre Kailua-Kona e Nadi, o mais longo do deslocamento, com 6h34min de duração.
Logo após a chegada, o jet brasileiro seguiu para o novo hangar da Virgin Australia Regional Airlines (VARA).
Batizado de Coral Bay, o jatinho será usado principalmente em voos charter para a indústria de mineiração na região oeste da Austrália.

A rota de entrega do primeiro Embraer E190-E2 foi uma verdadeira maratona aérea. Imagem: aeroin.net
A aeronave já está certificada para até 50% de combustível sustentável (SAF) e preparada para voar com 100% de SAF no futuro.
Mas o que é SAF?
O combustível sustentável de aviação, conhecido pela sigla em inglês SAF (Sustainable Aviation Fuel), é produzido a partir de fontes renováveis, como óleos vegetais usados, resíduos agrícolas e outros materiais orgânicos.
Diferente do combustível fóssil tradicional, o SAF pode reduzir em até 80% as emissões de carbono ao longo do ciclo de vida do combustível.
O novo jato Embraer E2 já está certificado para operar com uma mistura de até 50% de SAF e está preparado para, no futuro, voar com 100% desse tipo de combustível — um passo importante rumo a uma aviação mais limpa.
Parceria que vai além dos aviões
Para Flavia Bellieni Zimmermann, professora de politicas públicas da Universidade de Melbourne, e pesquisadora adjunta da Universidade de Western Australia, a parceria é importante para a relação Brasil-Austrália, principalmente em um momento em que ambos os países estao buscando alternativas ao mercado norte americano.
"Bem, a compra de aviões da Embraer do Brasil não é somente uma questão de aviões. Isso é uma questão da Austrália e do Brasil estarem procurando novas opções num momento político altamente conturbado com a segunda administração do Trump. As tarifas impostas pelo Trump no Brasil de 50% não tem nenhuma possibilidade de serem removidas no contexto político atual do Brasil.
"Teremos a disseminação de tecnologia brasileira aqui na Austrália, você também pode abrir oportunidade para técnicos brasileiros no campo da aviação vir para a Austrália e também para profissionais na área da aviação irem ao Brasil," prevê Flavia.

A cientista social brasileira Flavia Bellieni Zimmermann, o acordo pode ir além dos aviões e pode abrir uma cooperação entre os dois países muito mais forte.
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